O uso do mergulho na consultoria ambiental pode atender diversos estudos e programas ambientais (EIA/RIMA, PBA’s, AIA, dentre outros) nos ecossistemas aquáticos. Esta técnica apresenta diversas vantagens quando executadas corretamente, como o baixo custo e impacto/stress ao ambiente, aprendizado relativamente fácil, alta capacidade de replicar a amostragem, além de permitir a observação do comportamento in situ dos organismos.
Além disso, os censos visuais subaquáticos são o método prioritário em ambientes com alta complexidade estrutural como corais e costões rochosos, onde o uso de apetrechos de pesca na coleta de dados torna-se muitas vezes inviável. Deste modo, diversas certificadoras de mergulho scuba tem incluído no seu portfólio de cursos, o mergulho voltado para as atividades científicas (veja os links, PADI, NAUI) visando a prática segura e padronizada da atividade. Recentemente foi lançado o livro Mergulho Científico: Estado da Arte e Formação Básica (2021, Amazon), de autoria do instrutor e amigo Rodrigo Maia-Nogueira, sendo leitura indispensável sobre o tema.
O mergulho voltado para pesquisas científicas e estudos ambientais (mergulho científico) busca, portanto, avaliar as diversas comunidades marinhas como invertebrados bentônicos ou peixes, utilizando protocolos de registros visuais (censos) a partir transectos (AGRRA), da busca ativa (RDC) ou de censos estacionários (registro de espécies num determinado raio a partir de um “ponto fixo”). Estes métodos também podem estar atrelados ao uso de filmagens e fotografias como o video-transecto e o foto-quadract.
No monitoramento da biota aquática utilizando o mergulho, os principais organismos avaliados são os peixes e crustáceos (comunidades relacionadas com atividades sócio-econômicas também abordados como recursos pesqueiros) e os organismos bentônicos sésseis como corais e zoantídeos (comunidades que respondem rapidamente às alterações ambientais). Estes organismos podem ser também considerados bioindicadores da qualidade ambiental e sua simples presença ou ausência pode nos indicar o estado atual de um ecossistema.
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Monitoramento da Ictiofauna
O monitoramento da ictiofauna através do mergulho científico pode ocorrer tanto nos ambientes dulcícolas (ex. rios, lagos) e ambientes de transição (ex. estuários) em que as condições de visibilidade permitam a atividade, assim como na avaliação de ecossistemas marinhos (ex. recifes de corais, costões rochosos, baías) onde é bastante difundido. Os peixes são um dos principais grupos avaliados nos estudos ambientais, devido a sua importância tanto ecológica quanto econômica.
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Monitoramento das Comunidades Bentônicas
O monitoramento das comunidades bentônicas é um dos mais demandados na consultoria ambiental em ecossistemas aquáticos. Esses organismos são comumente utilizados para monitorar a qualidade ambiental, pois são bons indicadores de saúde dos ecossistemas aquáticos. Os estudos realizados com estes grupos usando o mergulho como ferramenta também podem ocorrer em ambientes dulcícolas, marinhos e de transição a depender das condições de visibilidade.
Entre os principais grupos analisados nas comunidades bentônicas temos os anelídeos, moluscos e crustáceos, animais que desempenham um papel vital na manutenção e estrutura destes sistemas ecológicos. No âmbito do mergulho científico, as amostragens para a comunidades bentônicas podem ocorrer tanto por censos visuais subaquáticos, registros por foto/vídeo e análises em softwares de imagens (ex. CPCE).
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Caso tenha interesse em obter mais informações sobre os estudos ambientais e o processo de licenciamento, acesse a categoria consultoria ambiental do nosso blog.
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Como citar:
de Carvalho-Souza, G. F. O Mergulho como ferramenta na consultoria ambiental. Salvador, 25 abr. 2021. Blog Gustavofcsouza. Disponível em: <https://gustavofcsouza.com.br/o-mergulho-como-ferramenta-na-consultoria-ambiental/>. Acesso em XX/XX/202X.
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